Parte 1
Samanta e Daniel tem dois filhos André e Thiago. O casal tem diferenças de temperamento e comportamento mas o sonho de ter uma menina. Quando Mahara chega, a filha tão desejada Daniel não se contém de tanta alegria. Ela era linda loira dos olhos azuis porém ficou um pouco preocupado por não chorar imediatamente ao nascer.
Começaram a observar que Mahara ficava muito quieta e parada, diferente dos outros filhos. O pai levou-a ao pediatra que dizia que cada criança tinha o seu desenvolvimento próprio.
Um certo dia um casal amigo levou seu filho Bruno que havia nascido na mesma época de Mahara para uma visita. Enquanto ele brincava ela estava apenas sentada com sua boneca. A família ficou convencida a procurar ajuda medica, já que aos dois anos ela ainda não andava. Constatou-se que não havia nada de anormal organicamente mas que ela sofria de retardo mental.
Era preciso encarar a realidade. Mãe e pai discutem Daniel quer que a filha freqüente uma escola regular mas Samanta acha que deva colocá-la numa escola especial. O sentimento de amor entre o pai e Mahara sempre foi muito forte. Ele se preocupava com o futuro da filha portadora de deficiência especial.
Quando Mahara faz cinco anos senhora Niedja uma jovem psicóloga que dirige uma escola para deficientes no bairro é vista como uma solução prática para Samanta.
O pai sempre enfatizava o sonho de que Mahara freqüentasse uma escola regular e tivesse a garantia dos seus direitos de cidadã.
O material escolar são copos,escovas de dentes e talheres de plástico mnas de cores variadas . Com o tempo, o pai observa o acerto da decisão de colocá-la naquela escola, já que ela sempre voltava alegre todos os dias e fazendo progressos no aprendizado. Começa a ir ao banheiro sozinha, amarra os sapatos, veste a roupa, toma banho, come sem derramar a comida na mesa e usa de forma correta os talheres.
O tempo vai passando Mahara já é uma adolescente mas não tem noção do perigo. Ela aprende a escrever e esta alfabetizada.
A mãe recebe um convite para passar um ano como professora residente nos Estados Unidos. Mas prefere renunciar tudo já que não pode levar a filha devido ao choque cultural a que ela seria submetida.
Daniel sugere que Samanta vá para os Estados Unidos com Tiago. E Sara a avó paterna vai morar com eles para ajudar a cuidar de Mahara que terá a companhia de seu irmão André. Nas férias eles vão visitar a mãe nos Estados Unidos.
A psicóloga Alexia que também tem um filho deficiente chamado Roberto promete a Samanta que vai visitar Mahara. Roberto Mahara se tornam amigos.
Ao chegarem as cartas da mãe, Daniel e Mahara soletram os enunciados e consideram uma vitória.
Parte 2
Samanta volta dos Estados Unidos realizada e feliz. André se forma em medicina e Tiago cursa direito.
Niedja chama os pais para uma conversa e sugere que Mahara seja matriculada numa escola intermediaria regular. Na escola, ela encontra simpatia e discriminação mas é corajosa.
Com o tempo, Daniel percebe que a convivência com a filha o fez crescer como ser humano e descobrir a profundidade da palavra amor. Acredita e tem esperanças no amanhã, que será um novo dia.
MAGIA DAS LETRAS
sábado, 4 de junho de 2016
sexta-feira, 29 de abril de 2016
1 sonho
"Gritos e gargalhadas misturavam-se. Um grupo de
crianças tomava banho num riacho. Um dos
meninos, o mais agitado, era magro, cabelos longos,
pretos e brilhantes. Em pé, com a água na altura do
peito, começou a bater na superfície do riacho com as
mãos abertas, atirando água na direção de um menina
que, sentada numa pedra da margem, mordia uma fruta.
Ao receber a ducha, deu um pulo. Era da cor do café ralo,
pernas finas e longas, cabelo cheio comprido e liso, nariz
curto, lábios grossos e um pouco salientes.
O menino continuava dando palmadas na superfície do rio,
levantando cortinas de água:
- Toma Nia!
Só deixou de espalmar a água quando ela lhe acertou nas costas a
fruta que comia, gritando com raiva:
- Pára, Aur!"
6 sonho
- Tá bom. Pode vir - falou o homem
Finalmente, Aur conseguira convecer o pai. Pela primeira vez
iria acompanhar os homens numa caçada em direção ao norte, onde
não havia paredão.
Os seis homens avançavam, seguindo o curso do rio, velozes
e enfileirados. Aur ia no meio. Caminhavam agora mais
devagar, beirando a mata, e paravam muitas vezes,
observando atentamente o chão. A cada pegada que
encontravam, conversavam sobre o animal que o
deixara.
Ouviu-se um longo e rouco rugido, vindo da
esquerda. Fixando os olhos assustados, Aur viu uma
anta caída, com as víceras espalhadas pelo chão.
Tinha a pata traseira dilacerada.
Um Tigre-de-dente-de-sabre arrancava fatias de
carne com as garras da mão direita, que cortavam
como facas.
Lentamente e em silêncio, os homens se
afastaram de costas, inclinados para a frente, olhos
fixos no tigre. Atravessando a mata rala, onde
já estavam protegidos, Aur olhou rapidamente para
trás e pôde ver o tigre recomeçara a arrancar pedaços
de carne da anta com suas garras afiadas. Teve vontade
de segurar na mão de seu pai.
Ofegava e seu coração disparou.
Ultimo sonho
Na esplanada em frente à gruta, ardia uma grande fogueira que amarelava a noite. Os moradores estavam sentados em círculo. Ninguém falava. O minhoquinha chorava. Dentro do círculo, perto do fogo, havia duas macas, semelhantes a andores de procissão.
Dois homens levantaram-se e caminhavam devagar até as macas, onde apanhavam uma braçada de folhas. dirigiram-se até a fogueira e com elas começaram a cobrir as brasas, até que não se viu mais nenhuma. Elevou-se então uma rala coluna esbranquiçada de fumaça em direção à Lua. Quando a fumaça aumentou, todos se levantaram, esticaram os braços para o ar e começaram a gritar juntos, em triste ladainha: -Vão! Vão! Vão! Nas macas já sem folhas, podiam-se ver, como que adormecidas, duas pessoas. -Vão! Vão! Vão!
As palavras repetidas eram como um eco dolorido. E os braços de todos, agitando-se sobre as cabeças, pareciam empurrar o espírito de alguém para o alto, juntamente com a fumaça. Viram-se então, claramente, os dois corpos: eram Aur e Nia.
Duas mulheres começaram a cantar enquanto banhavam as duas crianças com água. Havia flores na água. Depois colocaram uma fita na fronte de Aur, e em Nia uma coroa de folhas.
Amanhecia. Quatro homens carregavam as macas feitas de troncos finos amarrados com cipós e dirigiram-se lentamente para a entrada da caverna. Várias tochas foram acesas na fogueira e todos penetraram até bem no fundo, lã no escuro, onde ninguém costumava ir.
O cortejo parou diante de dois buracos alongados, escavados no chão. Sobre elas deitaram primeiro Aur e depois, ao lado, Nia. Um homem cobriu os dois corpos com capim e galhos de árvores. Depois, todos se espalharam, recolhendo pequenas pedras que depositavam, cuidadosamente, cobrindo a folhagem.
O primeiro a colocar duas pedras foi o Minhoquinha. Chorava. Deixou também uma flor em cada monte de folhagem.
Nunca se descobriu o que fez com que Aur e Nia dormissem para sempre.
domingo, 17 de abril de 2016
Manoel De Barros
Manoel Wenceslau Leite de Barros nasceu em Cuiabá, Mato Grosso, no dia 19 de dezembro de 1916. Ainda novo, foi morar em Corumbá (MS) e mais tarde foi para o Rio de Janeiro, estudar na faculdade de Direito. Viajou para Bolívia e Peru, morou em Nova York, captou em cada um dos lugares por onde passava um pouco da essência da liberdade, que aplicaria em suas poesias.Retrato do artista quando coisa
A maior riqueza
do homem
é sua incompletude.
Nesse ponto
sou abastado.
Palavras que me aceitam
como sou
— eu não aceito.
Não aguento ser apenas
um sujeito que abre
portas, que puxa
válvulas, que olha o
relógio, que compra pão
às 6 da tarde, que vai
lá fora, que aponta lápis,
que vê a uva etc. etc.
Perdoai. Mas eu
preciso ser Outros.
Eu renovar o renovar o homem
usando borboletas.
Prefácio
Assim é que elas foram feitas (todas as coisas) —
sem nome.
Depois é que veio a harpa e a fêmea em pé.
Insetos errados de cor caíam no mar.
A voz se estendeu na direção da boca.
Caranguejos apertavam mangues.
Vendo que havia na terra
Dependimentos demais
E tarefas muitas —
Os homens começaram a roer unhas.
Ficou certo pois não
Que as moscas iriam iluminar
O silêncio das coisas anônimas.
Porém, vendo o Homem
Que as moscas não davam conta de iluminar o
Silêncio das coisas anônimas —
Passaram essa tarefa para os poetas.
Ziraldo Alves Pinto (1932) nasceu em Caratinga, no Estado de Minas Gerais, no dia 24 de outubro de 1932. Em 1954, trabalhou num jornal Folha de Minas.
Ziraldo é um cartunista, desenhista, jornalista, cronista, chargista, pintor e dramaturgo brasileiro. É o criador do personagem de quadrinhos infantil “O Menino Maluquinho”.
Ziraldo foi um dos fundadores da revista humorística “O Pasquim”. Em 1969, Ziraldo publicou o seu primeiro livro infantil, FLICTS, que conquistou fãs em todo o mundo. A partir de 1979 concentrou-se na produção de livros para crianças, e em 1980 lançou o MENINO MALUQUNHO, um dos maiores fenômenos editoriais no Brasil de todos os tempos. O livro já foi adaptado com grande sucesso para teatro, quadrinhos, ópera infantil, videogame, Internet e cinema.
quarta-feira, 13 de abril de 2016
OS MENINOS MORENOS
“A gente não estudava. Não tinha tempo. A gente
brincava, porém a época das provas, tome angústia. A noite inteira acordado,
o abajur aceso sobre o livro de ciências, a lista dos pontos, os pés dentro
de uma bacia com água para não dormir. No dia seguinte, como era o último da
chamada, sentava-me perto da mesa do professor e ia aprendendo o que faltava
para aprender as perguntas da prova oral.”
Ziraldo, Os meninos Morenos.p.78. ED.Melhoramentos.
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O inicio do 6º ano foi assustador, depois relaxei
e joguei o mês inteiro, quando as
provas chegaram, descobri por exemplo
que os capítulos 1 e 2 eram gigantes e a angústia das provas e as brigas com
meus pais estavam só começando .
Lucas Combat. 6º ano. Colégio São Paulo. BH-MG
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terça-feira, 16 de fevereiro de 2016
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